Tem 53 anos, cresceu na Sertã onde viveu até 2003. Atualmente reside em Coimbra, Alex Vidigal divide a sua vida entre a vida empresarial e a fotografia, é um fotógrafo de paisagem, mas também se aventura na macrofotografia extrema. O seu talento foi reconhecido ao ser distinguido como fotógrafo do mês de abril, com 25 fotografias selecionadas como “Escolha dos Editores”. Alex foi ainda o vencedor da fotografia da semana por duas ocasiões durante o mês de abril, tendo ainda uma fotografia em segundo. Para além disso, Alex teve ainda 4 fotos distinguidas no concurso Fotografia de REFLEXOS, sendo que uma delas conseguiu alcançar o 3º lugar. No final do mês de abril, Alex terminou com um total de 75 pontos!

Para dar a conhecer um pouco mais da visão fotográfica do Alex, decidimos fazer-lhe uma série de perguntas às quais ele gentilmente respondeu. Aqui está o resultado:

Pergunta: Como e há quanto tempo apareceu a fotografia na sua vida?

Alex: Dei os primeiros passos na fotografia em 1993, com uma Yashica antiga que pertencia ao meu pai.

Em 1995, obtive o quarto lugar com uma fotografia a preto e branco do Castelo de Almourol, num concurso para fotógrafos amadores com uma participação total de cerca de 7.000 fotos.

Só em 2005 é que adquiri a primeira máquina fotográfica digital e com ela vieram as primeiras desilusões na fotografia… O desconhecimento de quase todo o funcionamento dos programas de edição numa primeira fase e a falta de tempo numa fase posterior levaram gradualmente ao desinteresse.

Redescobri a minha paixão por esta arte em 2018 e comecei a dedicar-me à fotografia de paisagem aliada a viagens fotográficas, que já me levaram a países como Espanha, França, Itália, Eslovénia, Áustria, Inglaterra, Noruega, Islândia e Ilhas Faroé (Dinamarca).

Em 2020 ganhei a VII edição do Concurso Internacional de Fotografia de Montanha, na categoria “Montanhas no Oceano ao Redor do Mundo”, com uma fotografia das Ilhas Lofoten, na Noruega.

Apesar de também me ter dedicado à macrofotografia, o meu coração está na fotografia de paisagem e desde finais de 2022 que me dedico também à organização de Tours Fotográficos.

Pergunta: Qual é o material fotográfico que usa?

Alex: Uso Nikon Z8, mas á usei Z9, Z7 II, Z7, D850. As lentes são Z 14-24mm f2.8; Z 24-70mm f2.8; Z 70-200mm f2.8. Uso ainda filtros ND e GND da marca Kase e alguns acessórios Peak Design como a mochila (ganha num concurso fotográfico) e tripé e cabeça Leofoto.

Dadas as restrições de viagem causadas pela pandemia, dediquei-me também à macrofotografia. Para a Extreme Macro, uso a minha máquina e tenho uma lente de ampliação que se usa invertida num fole. Pode magnificar até 4x se não me falha a memória. Tenho também lentes de microscópio de 6x e 10x. A captura das fotos é um processo moroso que requer muita paciência porque não pode haver o mínimo de tremores. Para tal uso um carril, sincronizado automaticamente através duma app (WeMacro), que se desloca x micrómetro para cada foto. Neste processo tem que haver tempo de espera entre o carril andar/parar e a obtenção de cada foto, afim de eliminar possíveis movimentos, quer do material quer do objeto. A luz é a parte mais difícil mas também a mais desafiante. Pode usar-se luz contínua ou flashes. Eu uso 1 flash Nikon SB-800 e 2 SB-900 e esbato a luz com papel vegetal adaptado a objetos caseiros como pequenas caixas ou “latas” de batatas pringles. O objeto deve estar separado do sistema anterior mais uma vez para evitar movimentos. Sendo um animal, estará obviamente morto e podem ser adquiridos congelados em sites da especialidade ou apanhados na natureza. Eu não mato animais para este fim, ou compro ou apanho por exemplo nos skimeres da piscina. O numero de fotos a captar depende da lente usada e do objeto. No caso das imagens que tenho na minha galeria usei a lente de ampliação invertida aplicada no fole e por cada cm de objeto capto entre 10 a 15 imagens. As fotos obtidas são compiladas num programa (HeliconSoft) que combina as áreas focadas de todas as fotos tiradas e posteriormente a imagem é tratada no photoshop afim de eliminar sobreposições. Todo o processo, desde a preparação do material, dos testes de luz, etc., até à aplicação da assinatura na imagem final, não demora menos de 6 horas, mas claro que podem ser feitas por etapas.

 Pergunta: Das suas fotos que foram distinguidas no nosso site durante o mês de abril tem alguma preferida ou que tenha alguma história mais curiosa que queira partilhar?

Alex: Todas as fotos têm uma história, mas é, embora não diga que seja a minha preferida, há uma com uma história mais curiosa, foi a da Jamnik Church: poucas pessoas acreditariam ser possível obter essa foto, sabendo que meia hora antes o nevoeiro era tanto que não se via mais de 5 metros (a igreja deve estar a cerca de 200m).

Pergunta: Que conselhos você daria a quem está a começar no mundo da fotografia ou para quem esteja a tentar levar a sua fotografia para o próximo nível?

Alex: Não sei se serei a pessoa mais indicada para dar conselhos, mas a um principiante diria que não é o melhor equipamento que faz o melhor fotógrafo! Agora, falando exclusivamente de fotografia como hobby e partindo do pressuposto que existe conhecimento técnico, eu diria que descobrir o tipo de fotografia que se gosta de fazer será um bom princípio, tanto em eficácia como em economia. Eficácia porque sair de casa “à caça de uma foto” corre-se o risco de trazer um “cabaz cheio de coisa nenhuma”, ao passo que, sair sabendo o que se quer fazer, dará alguma garantia de sucesso. Economia de tempo e financeira, de tempo pelas mesmas razões da eficácia e financeira, porque posso canalizar o meu investimento em material para um determinado fim. Porquê comprar uma grande angular se aquilo que gosto de fazer é fotografar desporto. O passo para o próximo nível em termos genéricos diria que uma aposta forte em edição será acertado. Andei anos perdido por não saber editar e quando decidi dedicar tempo a essa componente, as minhas fotos tiveram um grande “up-grade”. Pensando num próximo nível na área que gosto, a paisagem, digo que fotografar às horas nobres de luz (nascer e por do sol) é fundamental, mas não me canso de repetir: “Regra dos Terços”! LOL, não é essa que divide o frame em 3/3. Refiro-me a 3 componentes essenciais: 1) Planeamento – estudo prévio do local, conhecimento das marés, melhor hora, etc., etc.. Como exemplo de mau planeamento é ir a uma praia da Noruega com o objetivo de fotografar o “olho do dragão” e vir sem foto porque a maré estava cheia e não se via o spot… Neste caso foi mesmo falta de planeamento. 2) Execução – conhecimentos técnicos, enquadramento, composição, etc., e atenção aos pormenores que podem estragar a fotografia. 3) Edição – podes planear e executar bem, se não souberes editar… Chamo-lhe regra dos terços porque me parece que cada uma destas componentes tem o peso de 1/3 na foto final e nenhuma pode ser descurada.

Fim

Podem ver a galeria do Alex Vidigal no nosso site https://olhares2.com/profile/?alexvidigal/, bem como no seu site alexvidigal.pt e na sua página de instagram https://www.instagram.com/alexvidigalphotography/.

Até já!

Envolve-te!

Comentários

António CARREIRA avatar
@peepso_user_99(António CARREIRA)
Parabéns!
15 de Maio, 2025 16:58
Dulce Boga avatar
@peepso_user_22(Dulce Boga)
Parabéns!!!
15 de Maio, 2025 17:04